quarta-feira, junho 27, 2007

Perspectivas diferentes


Há os que choram por não ter ninguém à sua espera
E existo eu... que estou feliz por ninguém me esperar

Há os que choram porque ninguém repara como estão arranjados
E existo eu... que estou feliz por ninguém reparar

Há os que choram porque não têm com quem dividir as horas solitárias
E existo eu... que estou feliz por essas horas não terem que ser divididas com ninguém

Há os que choram porque os seus jantares são sozinhos
E existo eu... que estou feliz por não ter com quem jantar
Não, não choro por nada disto porque de novo encontrei dentro de mim o que há de mais importante
A LIBERDADE

sexta-feira, junho 22, 2007

Quero parar o tempo


Quero parar o tempo,
Deixar-me ficar enrolada
Nas ondas desta emoção desmedida,
Olhar o fio do horizonte
Para sempre assim, com olhos húmidos
Com as aves da esperança
Soltas no peito e sobre a água,
Desenhando no azul
Os contornos do teu rosto,
Que eternamente ficarão em mim…
E neste dia o sol parou
A luz ficou presa nos teus olhos
E o mar murmurou o teu nome
Sempre o teu nome,
Vezes e vezes sem conta…
E eu só soube sorrir
E dizer que nas tuas mãos
Estava o meu jardim
E o meu caminho,
E no meu olhar
Voavam as aves
As mesmas que sempre
Me levariam até ti…


quinta-feira, junho 21, 2007

O véu da alma


Trazes a luz branca da manhã
Seguras no rosto a melancolia doce
de uma tarde de Verão entre as flores.
Soltas uma ave num beijo à distância
Caminhas, deslizas, estonteias
quando passas ausente de mim.
E irrompe dos teus lábios
um sorriso resgatado
tímido
contido pelo pensamento
Um sorriso tangível
e amordaçado
sem cor, sem ânimo.
O que levas debaixo do véu da alma?
O que carregas no abraço matinal
de quem não te eleva o espírito
de quem te sufoca e oprime
de quem embala as angústias
no teu colo de seda?
Solta as pétalas
uma a uma
da rosa negra
da agonia
e deixa que as águas da vida
singrem novos caminhos em TI!
(Para ti mana querida, que finalmente retiraste o véu da alma para que todos te possam ver como realmente és!)

terça-feira, junho 19, 2007


Se te desse o verso deste poema
Se te erguesse o olhar
e mostrasse a luz que vem de dentro,
Compreenderias até onde chega o toque da alma
e que mundos invade a loucura da paixão...
Se deixasses de ver o sabor da terra
e te entregasses à louca espuma do mar,
Lavarias os sentidos
que já não perdidos, mas encontrados,
lavados e frescos de euforia
se entregam à folia da pele
húmida e quente
de uma noite de verão...

Coração em branco

Onde está esse sorriso ingénuo que me lembro de ter, esse coração em branco com tanto ainda por escrever, esse olhar luminoso de esperança e de crença na vida? Onde enterrei esses sonhos de menina que parece terem nascido comigo, essas lembranças de um futuro prenhe de sol, envolto em neblinas promissoras de novos mundos? Onde está a mão que segurava a minha, apenas nos meus pensamentos e desejos, mas que eu acreditava ser mão de verdade? Onde está o sentir que tudo é uma passagem, uma corrente de um rio eterno pleno de vida, que me levará até à foz ansiada onde o mar é imenso e fértil de aventura? Porque deixei de acreditar no horizonte límpido à beira-mar da alma? Porque parou a vida de pulsar na esquina do meu peito, agora vazio de horas e quimeras?...
Tanto por viver, tanto ainda por sofregamente sentir em cada poro, em cada molécula, em cada célula deste corpo e em cada sopro desta alma...



segunda-feira, junho 18, 2007



Chegou de mansinho
Numa noite em mim,
Ficou preso no olhar
E solto num brincar
Não quis rasgar
A minha existência,
Nem desaparecer sem luz...
Veio a atirar estrelas
A limpar o pó dos dias
A ignorar as palavras
E o significado do mundo...
Disse-me em segredo
Que a ternura infinita
É sempre rainha
E que ma dá para ele brilhar,
Que não precisa de sol
Que se alimenta de luar...
E a cada beijo seu
Solta-se uma asa no azul
Desprende-se um sorriso
Um abraço, uma flor,
Uma canção, um suspiro
Meu...

quinta-feira, junho 14, 2007

Pequenino, grande amor...

Pequenino,
pequeninas lágrimas de amor
caem de meus olhos embevecidos,
pequeninas gotas de felicidade
me saem da alma
orgulhosa
fascinada
em paz com o mundo
em paz com Deus
em oração a Deus
porque Tu me foste entregue
como um presente eterno
inigualável, inimaginável
antes de ti...
Pequenino,
és o meu pequenino infinito amor
és o meu tesouro divino
em graça oferecido
em êxtase recebido
por mim
que te esperava desde sempre
desde o primeiro raio de sol
desde que um coração me foi dado,
pois me parece
que só me foi dada vida
para a poder dar a ti...
Pequenino,
és o meu mundo
és o sopro de vida
que sempre me faltou
és a chama do amor que existirá
na eternidade das horas
aquele Amor que nunca acaba
porque sempre existiu...
...por Ti!

17 Novembro 2002

quarta-feira, junho 06, 2007

A paz de um olhar

Na verdade, somos todos parecidos…
Tudo o que procuramos, desde que o sol desponta nestas manhãs frescas e luminosas de Primavera, até ao momento em que a primeira estrela surge no céu e lhe pedimos baixinho um desejo, tudo o que desejamos no íntimo do nosso coração é podermos olhar o mundo com os olhos límpidos, crédulos, desprendidos e inocentes da infância. Se tal acontecesse, todas as horas seriam suaves, todos os minutos seriam doces, porque traríamos no olhar a paz que nos iria na alma.
De facto, cada um de nós não sabe ao certo o que é ser feliz, o que significa agarrar a vida com as duas mãos e sentir bem no fundo da nossa sensibilidade e da nossa emoção que estamos a viver uma vida boa. Poucos poderão afirmar convictamente que são felizes, que as emoções que palpitam à sua volta são as da mais pura plenitude, aquelas que preenchem uma existência. Quase ninguém se atreve a afirmar que encontrou a felicidade, se não estiver em Paz.
Essa será a paz verdadeira, aquela que vem da brancura da alma, da autenticidade da terra, da luminosidade dos astros, do calor de um abraço, da luz dum raio de sol preso num sorriso, que se oferece aos outros como um brinde à vida! Essa paz nasce dentro, bem dentro da alma, mas só é fértil se não secar dentro de nós, se for entregue ao mundo em cada toque, em cada olhar, em cada palavra.
A paz que sentimos em cada bater de coração é a prova que a finalidade da nossa existência é fazermos nascer nos outros a alegria, aquela alegria que contagia porque é genuína, que enriquece porque é oferecida!
A paz que eu sinto só importa porque tu importas, porque de nada vale eu ter tudo, se não houver alguém a quem oferecer…
Por vezes tudo o que nos basta, tudo o que ansiosamente procuramos, encontramos na paz de um olhar que carrega a essência da vida…