segunda-feira, junho 30, 2008

Música no Acontece!




Céu estrelado e quente... Verão e passeios à noite... Mãe e filho pré-adolescente cantam (gritam) acompanhando uma canção durante uma viagem de carro que lhes faz lembrar quando ele era mais pequenito e pedia, quando ouvia a mãe cantar (gritar) esta canção também no carro, para pôr outra vez!
"Mãe, põe outra vez o "patchunou"!"(tradução à letra da parte em que a cantora canta: "But you know, but you know...")!
Esta é para ti, filhote! You know!

sexta-feira, junho 20, 2008

Mais um dia...

Sentados no banco do jardim a conversar, a desfiar opiniões, lamentos, saudades, revoltas e angústias, os velhos ocupam-se com a companhia dos outros que também são seus iguais em condição.
As árvores frondosas agitam-se na brisa da tarde e as palavras saem quase sempre com emoção. Os netos são tão inteligentes, os filhos trabalham muito e não têm tempo para estar com eles, o governo que não quer saber deles nem de ninguém e só quer poder, os interesses dos mais ricos que são sempre acautelados e os dos mais pobres que são esquecidos, o futebol que não alimenta a vida a ninguém mas que se alimenta de paixões, a corrupção que inunda a sociedade, a economia, o desporto, o passado...
Os rostos enrugados, as mãos calejadas, os cabelos brancos, os ossos que doem e não deixam andar depressa, a doença que ainda não matou, mas perpetua o tormento... São estes os velhos que animadamente conversam e entretêm a vida, jogam cartas, lêem jornais, falam do presente e do passado...
O passado surge sempre, ora lembrado com saudade e nostalgia, ora referido com olhos humedecidos pela tristeza. O filho que está no estrangeiro há tantos anos, a mulher que já morreu, as dificuldades dos tempos de juventude e início de casado, a profissão que levou o melhor de si, o lazer que não havia, o descanso que era pouco...
E agora?... Agora a reforma que mal chega para a comida e para os medicamentos...
E agora?... Agora o tempo que passa devagar, tão devagar que cada dia tem vinte e quatro pesadas horas e a dor da solidão e do abandono parece a condição para estar vivo.
Agora o Fonseca vai para casa. São já seis e meia e vai fazer a sopa. Não pode comer muito por isso a sopa faz parte de todas as refeições e à noite é só isso que lhe enche o estômago. Aprendeu a cozinhar sozinho, desenrascou-se, quando a mulher morreu com cancro, há muitos anos atrás. Agora, o Fonseca reza todas as noites pela mulher que já partiu e há dias em que fecha os olhos, quando já está deitado e esquece-se da idade, do tempo, da solidão e quase chega a sentir o cheiro dos cozinhados da sua Emília, a aletria (há quanto tempo não come aletria...) o calor do seu corpo a seu lado, a mão magra no seu braço, quando íam passear juntos ao Domingo à tarde...

Só adolescente...


Este corpo não é meu - cresceu absurdamente, modificou-se, transformou-se, não me deu tempo para o reconhecer. O espelho mostra-me todos os dias alguém diferente. A minha mãe farta-se de ralhar comigo, mas ela não sabe o que eu sinto. Como pode ela entender?...

Não, as calças brancas não me ficam bem, fico com um traseiro enorme. Não gosto de saias e depois? Aquelas que ela me comprou o ano passado estão fora de moda, já não se usam e eu agora não gosto de saias. Que tormento... E as blusinhas com flores? Nem pensar. Que teimosia a dela. Não adianta. Não vou para a escola com elas. Levo sempre as mesmas t-shirts, sim senhor. E depois? Não me deixa comprar mais. Diz que tenho muita roupa... Pois sim. Queria ver se fosse ela a ter que vestir aquela roupa ridícula e ser gozada pelas amigas. Sandalinhas, sapatinhos. Ridículo. Só gosto de sapatilhas, mas ela não entende... No tempo dela era diferente.

Tem que me dar espaço. Sempre a querer saber onde estou, com quem estou. Detesto que mexa nas minhas coisas. Começa logo a fazer perguntas... Tiro boas notas, só tive agora um deslize a Filosofia. Não gosto da matéria e a stora está sempre a enrolar, não explica nada. Só lemos textos e mais textos... Que seca...

E o João sempre a mandar mensagens. Não me deixa em paz. Já lhe disse que aqueles beijos foram um impulso do momento. Não gostei. Pensava que gostava dele, mas percebi que não. Gosto da companhia dele, de conversar com ele, mas não sinto atracção ou paixão. Custa-me dizer-lhe isto, mas tenho que ser sincera. Queria deixar passar a fase de testes para ele não ir abaixo, mas com tanta insistência, temos que falar mais cedo. Se calhar vou perder um amigo...

Que vida miserável... E ainda por cima o ipod caiu e avariou...

só...

Uma mesa do outro lado,
Um homem sentado a beber café
Um rosto fechado
Distante
O jornal que se fechou
Os olhos, por momentos,
Também...
Chega uma mulher
Muito arranjada, muito morena,
Muito segura...
Não se senta.
Deposita uma frase junto dele,
Coloca uma aliança na mesa...
Afasta-se...
Ele não fala.
Os olhos parados
As mãos no regaço.
Tudo parou à sua volta:
O vento, os carros, os pássaros, a gente...
Tudo parou...
Tudo suspenso
Como o seu respirar
Não viu nada a acontecer
Nada se passou há um minuto,
O relógio estava adiantado,
O tempo não contou
Não valeu.
Nada,
Nada aconteceu...



20 de Junho de 2008

sexta-feira, junho 06, 2008

Um pirata muito especial


Para quem tem o prazer de privar da minha companhia, sabe que eu sou uma mãe muito, mas mesmo muito babada.
Daquelas que até enjoam tal é a dose de babice!
Posso até acordar com os pés de fora, estar naqueles dias difíceis do mês, estar com umas trombas daquelas de fazer parar o comboio, mas se alguém me perguntar pelo meu Gonçalo desfaço-me toda…
Parafraseando o rapaz diria que é Magia!
Assim sendo, não poderia deixar de partilhar convosco aquilo que é para mim o fim de uma era e o início de uma nova e longa etapa na vida do meu pequeno rebento! E como é lógico, não iria perder a oportunidade de me babar mais uma vez!
Hoje foi dia de festa, uma festa muito especial pelo menos para mim.
A festa dos finalistas, com direito a queima das fitas e tudo!
O fim da escola dos pequenos, como ele diz, e a ida para a escola dos grandes.
Hoje em dia é-se finalista quando se deixa o infantário, quando se deixa a primária, quando se deixa a preparatória, quando se deixa a secundaria e sim, como no nosso tempo, quando se deixa a faculdade.
Tudo é motivo para festejar e se há coisa a que eu não falto é a festas!
Mais uma vez lá fui eu uma boa meia hora antes do início do evento, não porque tivesse muito ansiosa, mas porque tinha combinado com ele que estaria logo na primeira fila e que iria até com uma camisola cor-de-rosa.
Assim pensava eu, iria evitar os disparates e as figurinhas tristes dos anos anteriores que me punha literalmente aos gritos e a esbracejar na tentativa de ser reconhecida no meio da multidão.
Mas mais uma constatei que a velhice de facto nunca vem só, e mal ouvi “Olé, Olé Piratas é que é! ” percebi que a minha estrela estava a entrar em cena e pimba!
Vá de gritar, vá de o chamar, vá de esbracejar, vá de rir e sim, vá de ficar com os olhos repletos de lágrimas … Mais uma magia, claro!
Magia há muitas, mas garanto-vos que esta foi mesmo das fortes.
Daquelas que nos deixam com um nó na garganta, que nos fazem rir ao mesmo tempo que choramos, que nos eleva, nos arrebata, nos faz render, que dá uma força sem limites capaz de nos fazer galgar o mundo.
Para ti, meu pequeno grande finalista aqui fica expresso o desejo que tudo te corra pelo melhor nesta tua nova caminhada, afinal como sabes, és e sempre serás um Pirata muito especial!

quarta-feira, junho 04, 2008

Agora sim!

Para quem gosta de fazer brilharetes em reuniões ou puro e simplesmente manter uma conversa de encher chouriços, aqui fica este quadro fabuloso!
Agora sim, já ninguém me cala!