quarta-feira, maio 23, 2012

porque gosto de ti



Sabes porque gosto de ti?
Contas-me histórias como se eu fosse ainda pequenina e tratas-me como se eu soubesse pouco dos sonhos cor de algodão doce que só na infância eu comia. Percebes que as rosas de todas as cores são coisas que não se podem esquecer, especialmente na primavera, mesmo que cheguem ao cair da tarde já com reminiscências do fim do dia e leves traços de uma noite ainda por pintar.
E a gargalhada solta e espontânea que se expande sem que tenhamos de analisar muito as entrelinhas, parece mais natural em nós do que a cor dos nossos olhos.

sexta-feira, maio 11, 2012

não vale a pena





Eu estava sozinha de ti, contigo ao meu lado. Olhávamos um para o outro e a imensidão de um oceano separava-nos. O teu sorriso era vago e o meu olhar perdido. Nas mãos eu trazia fotografias invisíveis de histórias nossas que não aconteceram. Decidi parar o relógio naquele momento antigo como a lua e iluminá-lo com a sua luz, prendê-lo no céu inundado de estrelas por cima de nós e apeteceu-me ficar sozinha, desta vez sozinha de verdade, sem ti ao meu lado. A luz da cidade sabe como me sinto cansada, e é mesmo por aqui que quero ficar, por estas estradas desertas de gente e repletas de intermitências de memórias dispersas, sem identidade e sem dor. 
"Fico contigo...", disseste. Os meus lábios abriram-se num sorriso e deixei-te ir. Não é ainda a hora de colher as rosas... Não vale a pena insistir. Não falta dizer mais nada.

quinta-feira, maio 03, 2012

pudesses tu



És um bloco de gelo, um icebergue, uma rainha esculpida nas rochas, altiva, inatingível. Quem és, afinal? Máscara que sorri, luva que toca, fonte inanimada que chora, nuvem que foge, raio de sol que mal entra pela janela, logo desaparece pela porta. Pudesse eu desvendar esses segredos que nem tu sabes que guardas e trazer-te para o mundo dos humanos que amam, sofrem, choram e são felizes. (Pudesses tu salvar-me de mim e das rosas que morrem depressa, ainda hoje...)

terça-feira, maio 01, 2012

fuiste tú

Vontade de pegar numa mochila e partir para aquelas paisagens... Guatemala... Porque não?... Vontade de fugir sem rumo, sem dias, sem semanas, sem meses a contarem... Vontade que contem só as experiências, a pele, o sol, a água, o ar, a terra e o infinito...