lavar a alma como uma fonte cristalina lava as pedras
lavar o espaço perdido entre o corpo e a alma
lavar as memórias sem fio, soltas na espessura do pensamento torturado
lavar as cores de um pressentimento escasso e titubeante que teima em surgir
lavar a terra que temos no coração
lavar os rostos que ainda não conhecemos e de quem já temos saudade
lavar o espectro de um som de fatalidade
lavar
lavar tudo
lavar mesmo tudo
e deixar apenas ficar o som do vento
dentro de nós...