sexta-feira, fevereiro 03, 2012

poema antigo


Apareceu na penumbra um verso de um poema antigo que falava de um raio de sol perdido na nuvem da memória e dizia que todo o tempo estava preso na forma como sorrias, na forma doce como seguravas os meus dedos e deixavas um suspiro a menos no meu peito. No rasto da luz que ficava nesse olhar perdia-se a noção de um tempo real e quando te afastavas permanecia o traço infinito do teu rosto num sorriso aberto por dentro da alma que se deixava embalar pela música do adeus. Nas linhas escondidas desse poema antigo crescia uma canção que falava de ti como um traço de água no deserto da existência e saíam de dentro de mim as palavras perdidas que um dia aprendi no poema antigo que contigo escrevi.

1 comentário:

Claudia disse...

E quem assim sente não se satisfaz com o tão pouco que se atravessa aqui e ali e por todo o lado.
Nenhum outro traço de um rosto substituirá esse mas de certo virá um outro que deixará também um suspiro a menos em ti:)
Beijo