segunda-feira, julho 09, 2007

Aqui



Hoje não quero dormir...

Quero ficar acordada a sentir a noite e quem está na minha companhia.

Não pergunto onde estás tu agora porque estás mesmo dentro de mim e quero ficar assim, agarrada à tua companhia, a sentir o teu abraço forte, a tua respiração suave e terna.

Quero ficar apenas assim.

A sentir que nada separa duas almas que estão unidas não sabem desde quando, nem porquê. E enquanto as palavras tentam desesperadamente expressar o que sinto, sinto que estou bem assim no teu colo, enroscada no teu colo a sentir o ritmo do teu coração vivo que de vez em quando se engana nas batidas. Pois o que vês é alguém entregue a ti.

Sou interrompida na minha viagem por um "Ó mãe, maaaaae" - haverá prova maior de vida? De amor?Alguém que tão pequenino não se inibe de nos chamar sempre que precisa ou simplemente apetece ter perto a nossa mão. Comovo-me até às lágrimas com este gesto irreflectido, desprotegido e sincero.

Porque será que perdemos tudo isto - a inocência - com o crescimento?

Porque é que em vez de nos tormarmos pessoas melhores nos tornamos mais e mais egoistas?

E enquanto reflicto sobre o amor de mãe e filho continuo presa no teu calor, no teu cheiro... Como chegamos até aqui? de onde veio este sentimento que me faz ficar a comtemplar-te quando todos os outros nos parecem ignorar?

2 comentários:

Anónimo disse...

Amor de mãe...

forte, intenso e incondicional.
Com idade muda o sentir, muda a inocência com que perspectivamos o que nos rodeia, criamos uma capa de insensibilidade e as coisas simples e singelas da vida começam a passar despercebidas...talvez a inocência e a intensidade desse sentir perdure!!

Unknown disse...

Sempre que a loucura da vida que enfrentamos nos devora, temos esta palavra para manter a sanidade: "MAE"... No amor e desamor dos outros podemos encontrar motivos para rir, para chorar, para olhar para dentro e procurar explicações. Mas é só nos olhos daquele que nos chama mãe que encontramos a razão para tudo, até para ressuscitar a esperança...

E é "aqui" que eu também quero ficar!...