Por breves momentos, mas mais frequentemente do que (se calhar) desejável, dou comigo a pensar se não seria possível parar o tempo, de tal forma que continuaríamos o percurso da vida, mas não envelheceríamos. Não nos tornaríamos imortais, isso seria terrível. Mas manteríamos a juventude até à morte e não murcharíamos como a bela flor…
Penso nisso e sorrio… É que, por estranho que pareça, não sinto que o tempo passa por mim, que o tempo me envelhece, que o tempo me retira forças ou faz fazer coisas que antes não faria apenas por ser mais velha. Pelo contrário. Sinto, antes, que dentro de mim há uma alegria e uma energia maiores do que quando tinha 15 anos. Parece-me que a vida vai passando esquecendo-se de me avisar que os anos contam, que as rugas vão chegando (já chegaram?), que a maturidade pesa e a responsabilidade também, que as mini-saias são só para as adolescentes, que as calças de ganga e as sapatilhas também (gostava de as usar mais vezes do que as que uso!), que os ganchos no cabelo são para as menininhas e que rir, rir muito, com vontade e muitas vezes é sinal de pouco siso.
A minha sorte é que conheço pessoas parecidas comigo e, assim, não me sinto uma excluída! Não muitas (infelizmente), pois se fossem mais, o mundo seria bem mais colorido. Mas conheço alguns adultos que também têm esta síndrome de Peter-Pan! Tenho um amigo a quem, por vezes, gosto de chamar esse nome! Sendo ele tão especial, acarinhou logo a designação (ou título!)! Traz nos olhos a luz da eterna juventude e no coração a alegria de uma criança! Para mim é uma inspiração e faz-me querer continuar a ser pequenina!... Sempre assim - criança por dentro para que por fora a vida se veja num olhar límpido e cintilante…
(Beijinhos Peter-Pan!)
("Toda a criança que nasce é Artista. Difícil é permanecer Artista depois de crescer." Picasso)