sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Raio de sol!



Embala-me o sol que me revisita todas as manhãs… Sorrio para dentro, porque de dentro me vem a lembrança do teu sorriso, sempre espontâneo a brincar nos lábios, num simples reflexo, quase involuntário, que não consegues evitar. Sorrio para fora agora, porque me ocorre a tua paz nas palavras, a caminho de um qualquer pensamento, em direcção a uma qualquer ideia quase sempre solta e encadeada em mim, uma ideia que parte de ti e vem ao meu encontro num abraço. Sem esforço, sem qualquer esforço fazes chegar a mim as mais belas palavras que já ouvi… Sabes porque é que és assim? Sabes porque é que a tua voz está em mim como o som do mar, como o som do vento na folhagem, tão natural em mim como o sol, como este raio de sol que me aquece as mãos e me faz sentir viva, que me ilumina os cabelos soltos e me rejuvenesce? Sabes porque é que é natural lembrar-te e compreender que o sol e a lua juntos, afinal, é algo tão natural?...
Os lugares, por vezes, estão separados. Os minutos, quase sempre, estão em relógios diferentes. Mas lembrar-te traz a mim a certeza de que o sol me embalará todas as manhãs, mesmo em manhãs não tão belas como esta, mesmo se menos encantadas e perfumadas que esta… Estás em mim, porque, afinal, és um raio de sol no mundo e na minha paz... E não consegues evitá-lo!...


3 comentários:

Claudia disse...

Que delicia ouvir estas palavras... a quem elas se destinam deve ser uma pessoa muito feliz!
Acredito nessa cumplicidade verdadeira de sentir assim alguém presente, perto e que faz parte sem se impor.
É mesmo por aí que a serenidade do sentir tem que passar.

Anónimo disse...

Bem, quanta escrita nova temos aqui no Acontece :o)
Como diria o Gonçalo, o sentimento que tens por essa pessoa é "infinito mais além" ! :o))
É sempre um prazer ler-te ;o)
Beijinhos,

Anónimo disse...

[Raio de Lua]

Recordo como sol sempre me aqueceu,
No entanto raramente senti o seu embalo.
Lembro bem como lua sempre me iluminou,
Mas excepcionalmente sentia o seu fascínio.
Sim, o sorrir sempre me acompanhou, quase instintivamente,
Assim como o simples bater de asas de um qualquer pássaro livre.
Também as palavras sempre brotaram de mim.
Da mesma forma que uma fonte jorra gotas de água,
Naturalmente e frias.

Agora já não é assim!

Rasgando pelas trevas do mundo,
Despedaçando qualquer fragmento de escuridão do meu ser,
Ele invoca o meu espírito, para mais uma jornada.
Embalado pelo seu calor, desperto não só para o dia,
Ressuscito para a vida que vou viver nesse dia.
É desta forma encantada que o sol agora se declara todos os dias.
E embalado por ele, respiro cada segundo de vida.
Até que…

Saudoso por ter de me deixar, liberta-me ao descoberto da noite.
E assim ficamos, em paz, enquanto se afasta, a contemplar-nos em silêncio.
Como só acontece com os seres que se conhecem desde de sempre.
Como duas almas que já não necessitam de palavras,
Pois existem não separadas, mas sim numa alma maior!
É neste limbo que vivo com a ausência do sol.
Até que…

Rasgando pelas trevas da noite,
Iluminando de vida todos os recantos de mim.
Ela seduz todos os meus sentidos para mais uma aventura.
Enfeitiçado pelo seu encanto, apresso-me a seguir o meu espírito,
Que velozmente me deixou, para cavalgar uma doidice desenfreada.
Quer sentir todos e cada um dos seus raios de luz.
É desta forma alucinante, que a Lua se revela uma vez mais.
E fascinado por ela, vivo cada segundo de vida.
Até que…

Por vezes o tempo é generoso.
Permite que a lua chegue antes do sol partir.
E ao primeiro chamamento dos dois,
Liberto-me da minha dimensão terrena,
Para a eles me juntar.
E numa ansiedade infantil,
Assim ficamos os três, à espera!
Até que…

Começo a sentir,
Como o Sol transborda todos os limites o seu ardor,
Como a Lua extravasa todas as fronteiras do seu esplendor.
E por uns instantes perco os dois de vista,
Tal é a intensidade da força de alma que emitem!

E sabes porque?

Tu chegaste…
È a veemência de Ti que agora nos abraça.
E nesse instante delicioso,
Tu és a Lua, e o Sol, e a Luz, e o Calor, e o Embalo.
E nós… nós somos três simples pontos nesta obra mística,
Preenchida pela imagem de ti!

Não consigo evitar de sorrir para o Sol e para a Lua,
De ver como suspiram pelas sensações que lhes trazes!
Ponho a minha mão no sol, para o acalmar.
Passo-a pela face da lua, para a serenar.
E num sussurro, digo a ambos:
- “Eu sei”!

Inebriados de ti,
Ainda conseguem dar-me um último sinal de compreensão.
E mesmo antes de se adunarem uma vez mais,
Ambos respondem ainda incrédulos:
- É assim, sempre que ela aparece… e nunca o consegue evitar!

Sorrio agora para ti, enquanto os meus olhos dizem aos teus:
- Acontece o mesmo comigo, e não consegues evitá-lo!