sexta-feira, outubro 16, 2009

In a Box

Já quase não cabe mais nada aqui nesta caixa… por um lado alegro-me com o facto de algumas das letras do monograma já cá não estarem. Só fazem falta as que ainda aqui estão e assim ainda há espaço para guardar mais esta agenda.
Mas porque quero tanto estas coisas assim pertinho de mim?
Abro de novo a caixa e sinto o cheiro de ducados daquele tempo. Já não têm o mesmo cheiro hoje. Estes que ainda estão nesta caixa são de cheiros de outro país, de outras pessoas e de outras vidas…
Sinto um misto de nostalgia e ao mesmo tempo arrepia-se a minha alma… tanta vida ainda aqui neste pequenino espaço.
O teu nome está completo, as nossas conversas daqueles dias ainda se lêem apesar de algumas das folhas desta velha agenda estarem tão gastas… e não é da idade que têm mas das inúmeras vezes que ainda te ouço a partir delas. Delicioso aroma concentrado num pequeno espaço…
Mas os pássaros que trazíamos dentro do peito não podiam ficar fechados numa caixa escura, onde nem o titulo do que continha se lê mais… fomos soltando os vincos à caixa e a própria tampa já não encaixa completamente… O cheiro das memórias solta-se levemente e consigo senti-lo mesmo quando ainda está semi-fechada.

3 comentários:

Anónimo disse...

Que belas palavras!

Guardo tantas memórias na minha caixa secreta... De poemas por dizer, de beijos por dar, de olhares perdidos e de músicas eternas...

Guardo tanto para entregar, um dia... Um dia será... :)

Continua a escrever! Agora que começaste... nao te percas!

Anónimo disse...

Que grande confusão ficou na minha pobre cabeça depois de ler "In a Box".
Juro que não percebi nada!

Mimi disse...

Gostei muito deste post, amiga!
Será porque também eu tenho uma caixa onde cristalizo todos os momentos? Talvez …
São essas memórias que mantém vivas as lembranças de outros tempos, onde seleccionamos apenas o tom mais claro e o mais escuro para com eles tecermos aquilo que é o pano da nossa existência.

Beijinhos!