sexta-feira, novembro 13, 2009

Seus olhos - Almeida Garrett

Apetece-me deixar entrar um clássico! Tão belo este poema eterno!


Seus Olhos

Seus olhos --- se eu sei pintar
O que os meus olhos cegou ---
Não tinham luz de brilhar.
Era chama de queimar;
E o fogo que a ateou
Vivaz, eterno, divino,
Como facho do Destino.

Divino, eterno! --- e suave
Ao mesmo tempo: mas grave
E de tão fatal poder,
Que, num só momento que a vi,
Queimar toda alma senti...
Nem ficou mais de meu ser,
Senão a cinza em que ardi.


Almeida Garrett

4 comentários:

António disse...

"Queimar toda alma senti..."
É lindo este poema. Lindo!

Claudia disse...

Que intensas estas palavras!
Excelente selecção.

Beijos

António disse...

Não me canso de o ler..

Beatriz disse...

Gostei muito!:)
Beijinhos!