7000 vezes que alguém aqui veio, anónimo, com um envergonhado "deixa-me ficar um bocado contigo". Não tens de saber quem sou nem gostar de mim. Ninguém tem de saber que aqui estou e que gosto do que escreves. Só por seres tu a escrever. Não precisas de saber que vivo a tua esperança, a tua alegria, o teu silêncio quando a vida corre bem. Por vezes sinto a tua tristeza mas não posso dizer nada. Não existo, limito-me a viver a vida dos outros.
7000 vezes que alguém sonhou ao ler o que por aqui acontece e perguntou que sonhos terás quando escreves. Um blog é mesmo assim, desse lado está quem quiseres ser, do lado de cá está quem quiseres: todo o mundo ou ninguém.
Deixa-me ficar aqui contigo, sim?---------- cortar por aqui --------
Foi coincidência, ontem à noite voltei ao Acontece e, surpresa, calhou-me o 7000.
Parabéns.
Não haveria melhor texto para publicar a propósito deste assunto...
Se o que escrevemos faz alguém sonhar, rir, chorar... sentir algo por um momento, então as palavras que escrevemos fazem sentido... Obrigada pela companhia!
Fica comigo,então!
1 comentário:
Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'
Beijinhos,
Enviar um comentário