sábado, setembro 20, 2008

Despedida...

(imagem retirada da Internet - Autora: Isabel)
Ía eu hoje de carro pela estrada e reparei numa coisa que todos os anos me faz sentir algo paradoxal. Das árvores ainda carregadas de folhas verdes, começavam a desprender-se algumas já amarelecidas. O sopro do vento levava-as para longe e a sensação de que a natureza está a mudar trouxe-me o tal sentimento dual de, por um lado, melancolia, tristeza e, por outro, fascínio, encantamento…
Tal como acontecia com os poetas e autores do Romantismo, a natureza influencia um pouco os meus estados de espírito e o meu ânimo… Pelo fim da tarde, chegou a chuva, o ar arrefeceu e eu comecei a despedir-me do Verão… Comecei a antever os ramos despidos das árvores, os dias mais curtos, as gotas de chuva na minha janela, o som dela no meu telhado, o céu cinzento a encobrir os raios de sol no meu dia…
É o ciclo da vida que temos que aceitar, pois a natureza também sabe que “é preciso morrer para nascer de novo”…

3 comentários:

Alexandre disse...

A despedida do Verão traz as tardes enroladas nos cobertores a ver um bom filme ou a ler um bom livro, traz o carvão à ponta dos dedos que libertam o dourado das castanhas, o prazer da água quente no corpo mesmo antes de deitar... e não tarda nada traz de novo o Sol!A natureza não morre, descansa para voltar colorida.

Claudia disse...

Em tempos adorava esta estação... era o tempo de regressar às aulas (e eu sempre adorei a escola - ali eu sentia que estava a crescer... a descobrir...)e nesse tempo o verão era longo demais para mim. Demasiado tempo sem nada de interessante para fazer e as férias era sinónimo de dias passados em casa.
Hoje, sinto imensas saudades do Sol, dos dias longos... do verão e das férias. Saudades da companhia de quem amo bem por perto. Também dei comigo a observar a quantidade de folhas acastanhadas caídas pelo chão e a ideia que relembras do "morrer para nascer de novo" fez-me pensar em como ando a precisar de deixar morrer algumas coisas para que outras muito melhores possas nascer.
Tenho sempre muito presente a mensagem da renovação das águias mas sinto que o meu processo é ainda mais lento!

Beijinhos poetisa Filipa... cá espero por aquelas poemas que te saem assim no tempo de um respirar.

Anónimo disse...

“Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma …”, e a vida, a semelhança da natureza, é um ciclo perfeito.
O que a vida nos leva num ciclo, trará de volta no ciclo seguinte e em cada uma destas ‘estações’ existe a possibilidade de renascer, revigorar, regenerar e transformar …
Beijinhos,