sexta-feira, setembro 26, 2008

Provocação...

(imagem retirada da internet)

A propósito de um programa, algo polémico, recentemente estreado na SIC e apresentado pela Teresa Guilherme, surgiu a discussão à volta do assunto (mais que delicado) da traição. Era perguntado à concorrente se contaria ao marido caso alguma vez o traísse. Ao que a dita responde que não. Não contaria. E parece que falou verdade e ganhou 100 mil euros, para grande júbilo do marido, pai, sogra e público! É de reiterar a ideia de que o marido bateu palmas e abraçou a mulher com muito amor ao ouvir a voz off dizer, após enorme suspense, que a resposta era... verdadeira!

Foram para a rua questionar os transeuntes acerca do mesmo e, como era de esperar, as respostas oscilaram entre o sim e o não e, com toda a naturalidade, foram expostas as razões.

A mim, a razão que me levou a escrever este post tem a ver com a opinião de uma mulher que considero muito inteligente e cuja escrita já me prendeu duas ou três vezes no seu blog. Luisa Castel Branco opinou mais ou menos isto: já viveu muito e sempre achou que a verdade devia ser a palavra - chave de tudo na vida. Porém, agora e com a experiência que já tem, diz: mulheres, se a coisa NÃO for séria, não contem! Não vale a pena estragar nada por uma vivência passageira!...

Fiquei espantada. Ela que é uma mulher tão assertiva e correcta, do género "doa a quem doer", emite tal opinião! Fiquei a pensar, eu própria também, sobre o assunto... Valerá a pena contar ao companheiro(a) que se cometeu uma traição? Só se deve contar se a "coisa" for séria, como defende Luisa Castel Branco? Deve-se contar sempre, mesmo que tenha sido "uma aventura sem importância"? Existirão "aventuras sem importância", ou pequenos deslizes sem valor, ou todas as traições são graves e condenáveis? Será que o ser humano consegue enganar e ficar na mesma? Ou alguns conseguem e outros não? O que será melhor: saber a verdade ou viver na "santa ignorância" e em paz e harmonia?...

Meditem e aceitem a provocação: digam qualquer coisa!


5 comentários:

Claudia disse...

Acontece...
Eis que eu também fiquei a pensar... ainda estou a reflectir sobre o assunto... voltarei em breve com a minha opinião! :)

Alexandre disse...

"Fui fiel à Ruth, pelo menos no coração. Mas não posso dizer que não tive uns pecados" Ruy de Carvalho

Claudia disse...

Agora sim... já tenho algo mais concreto para dizer sobre o tema.
Traição é traição.
Haver mais do que duas pessoas numa relação sem que todas as partes o saibam é não ser verdadeiro. Não me parece que importa se é sério ou não, se é uma passagem ou não. A base do acontecimento é igual e por isso chamo-lhe traição.

Se se deve ou não contar ou dar a conhecer sobre o que aconteceu, cada um saberá de certeza decidir o melhor para si pois quem trai é igoista (ou pelo menos foi por momentos) e daí que irá saber o que fazer em conformidade com o que será o melhor para o seu bem pessoal.

Eu, pessoalmente, não contaria. Quem fosse a companhia que estaria do meu lado num desses momentos não merecia sofrer por essa minha fragilidade. Mas também sei que não iria conseguir ficar por ali mais tempo ou pelo menos o tempo "do resto da minha vida". Se cheguei áquele ponto é porque o que o outro representa para mim não é o suficiente para ali ficar e de certeza que se irão repetir mais e mais vezes as traições. Acho que o peso na minha alma não me permitiria dormir mais sossegada sem nada fazer.

No entanto tenho muitas questões: o que leva pessoas a viverem deste modo uma vida inteira? Existirão razões suficientemente fortes para se enganar alguém uma vida inteira? Existirá dentro dessas pessoas algum tipo de sentimento verdadeiro e autentico? Será que não têm a mesma definição de Amor que eu?
Não sei responder e balanço para todos os lados encontrando possiveis explicações mas que nenhuma me satisfaz.
(Ainda em reflexão...)

Anónimo disse...

tb refleti...

sei que muitas vezes somos movidos por atracções/impulsos que muitas vezes não conseguimos conter. Infelizmente essa incapacidade essa não contenção a existir apenas se dá por não estarmos totalmente entregues, totalmente envolvidos.

Já me Acontece(u) não contei e guardei em mim o peso de consciência.

voltarei a este tema assim a reflexão o permita.

Anónimo disse...

Sempre ouvi a minha querida mãezinha a dizer-me “que a verdade é como o azeite e vem sempre ao de cima”, e eu claro está, como filha bem comportadinha que sempre fui, cof, cof (agora até me engasguei) vá de dizer a verdade !! :o))
Brincadeiras a parte, todos nos já mentimos!
Mentimos para nos proteger, para proteger um amigo, um familiar, um filho, etc
Quem nunca mentiu a um filho sobre por exemplo o pai natal, ou a um familiar sobre uma doença mais grave, ou até mesmo a um amigo que desabafa sobre um relacionamento que antevemos há muito já acabado?
Uma coisa é mentir por uma causa que consideramos nobre, outra é mentir muitas vezes com medo que enfrentar a verdade.
E é na segunda hipótese que para mim este post assenta.
Enganamos os outros sem admitir que nos enganamos a nos próprios …
Nunca traí e como tal é complicado aferir com mais certeza o que faria numa situação dessas, embora ache que dizer a verdade é sempre vantajoso e com certeza com o tempo os resultados serão positivos.