quarta-feira, março 25, 2009

Perguntas de criança

- Mãe, onde está a tua cabeça?
- Aqui, filho. Deitada na almofada!
Quando um ser tão pequenino me apanha desta maneira... não consigo dizer muito.
Era mesmo verdade. A minha cabeça estava ali deitada, ao lado dele, na almofada. No entanto o meu pensamento estava muito longe. Passava em revista muita coisa: o dia que estava agora a terminar chegava com muito ruido para mim. Tantas coisas que eu não entendia. E enquanto esperava que o meu pequenino adormecesse e ficasse no sono dos anjos fui surpreendida pela pergunta. Parecia mesmo que ele sabia onde andava a minha cabeça e aquela interrupção foi como um alerta a dizer-me: - Deixa isso tudo ai e fica aqui mais pertinho ainda de mim!

2 comentários:

Anónimo disse...

Perguntas destas assolam-me todos os dias...

São os nossos anjos a chamarem-nos à realidade.
O meu dia hoje também foi difícil, mas o sorriso do meu tesouro já me fez reflectir e dizer para mim mesma: que se dane... Amanhã haverá mais sol!

Mimi disse...

As crianças têm uma capacidade espantosa de simplificar e aligeirar tudo.

Continuo a ser muitas vezes "chamada a terra" pelo Gonçalo :o))

E o mais interessante é que muitas dessas vezes ele consegue advinhar aquilo que me preocupa e que me apoquenta...

Há um episódio que vou partilhar aqui convosco, tinha o Gonçalo 5 anos:

Quando estava na fase de mudança de emprego há cerca de ano e meio, estavamos os dois sentados no sofá e ver TV.
Eu estava a "viajar" com os receios dessa mudança e suspirei.
Ele sem retirar os olhos da TV perguntou-me:
- "Mãe, o que foi?"
- "Olha estou peocupada..."
- "É por causa do teu novo trabalho?"
- "Sim"
- "Oh mãe, se gostavas tanto do teu trabalho, porque saiste?"
- "Porque vou ganhar mais dinheiro..."

Ele levantou-se e quando chegou junto de mim, agarrou-me as mãos e disse-me:
- "Olha mãe, não fiques assim. Quando estiveres no teu novo trabalho e ficares triste, pensa em mim que vais ver que ficas logo mais feliz!
É que sabes, eu quando estou triste é isso que eu faço..."

Com crianças assim, não pode haver espaço para tristezas, nem para medos ;o))

Beijinhos grandes para o Afonso !