imagem retirada de: http://viajante-do-mar.blogspot.com/
“há coisas que perdi pelo caminho e que já não me lembro
acho que me poderás ajudar a encontrar”
Parece que o tempo não tem voz quando se deixa falar o coração…
Já não me lembro… Não eras assim… Recordo-te de outra maneira… Estás diferente…
Parece que o tempo não tem importância quando o que transborda a medo das palavras são aqueles sentimentos amordaçados por encruzilhadas e labirintos que dispersaram o pulsar do afecto dentro de nós.
Por agora não. Nesta vida não. Na próxima, certamente na próxima tudo irá ser diferente…Não te vi bem, não te entendi bem, não percebi a mensagem que estava escrita na terra, no chão aos nossos pés. Não entendi as palavras que o vento murmurava, porque havia muito ruído. Lembras-te do ruído?...
Parece que o céu enviou sinais, mas nós estávamos distraídos pelo bulício das vozes dos outros, pela agitação das folhas nas árvores que, durante muito tempo, impediram a voz de dentro de se fazer ouvir, a voz dos pássaros enviados pelo destino, enviados para nos darem um sinal. E o sinal esteve sempre lá, os sinais foram enviados, mas o ruído, o ruído…
Sim, lembro-me do ruído. Lembro-me do som sem sentido, lembro-me do que não importa… Já não me lembro como eras… Mas estás diferente… E não me lembro disso ter alguma importância… A tua essência continua a mesma, aquela que eu reconhecerei na próxima vida, aquela que entenderei finalmente, aquela para quem sorrirei logo no primeiro encontro porque os sinais, porque a mensagem, porque tudo estará no seu lugar…
Parece que então, na próxima vida é que te vou reencontrar a valer, será esse o momento, será então que todo o universo irá conspirar para que seja concretizado o desígnio que sentimos no passado dentro de nós mas não entendemos então, que nos tocou levemente a existência mas na realidade era todo um furacão que passava para que só mais tarde, muito mais tarde sentíssemos os seus danos…
Tudo teve o seu tempo… Tudo passou já, já sabes disso. Nada de lágrimas, nada de apertos por dentro… Não é agora o momento… Passou o momento, passou a hora. Ficou tudo resolvido, não foi? Este não é o momento, também…
Parece que não é o momento, porque o momento é feito pelo que está dentro, pelo doce palpitar do ininteligível, do incompreensível, do absurdo sentir que nada se compreende mas que vale a pena, porque é assim, porque é assim…
Porque já não ouço o ruído, porque já leio a mensagem no pó da terra, porque já escuto a voz dos pássaros à sua passagem na minha janela… Porque eu, enfim, já te li sem te ver, porque já conheço a tua essência de olhos fechados, porque não dei voz ao tempo, não o ouvi dizer que passou o momento, porque lembrei que as cores com que pintámos o nosso sorriso podem ser as cores que quisermos, por tudo isso é que olho da minha varanda o entardecer deste dia e nada ouço, a não ser o som límpido do bater do meu coração em uníssono com o mundo à minha volta…
Já não me lembro… Não eras assim… Recordo-te de outra maneira… Estás diferente…
Parece que o tempo não tem importância quando o que transborda a medo das palavras são aqueles sentimentos amordaçados por encruzilhadas e labirintos que dispersaram o pulsar do afecto dentro de nós.
Por agora não. Nesta vida não. Na próxima, certamente na próxima tudo irá ser diferente…Não te vi bem, não te entendi bem, não percebi a mensagem que estava escrita na terra, no chão aos nossos pés. Não entendi as palavras que o vento murmurava, porque havia muito ruído. Lembras-te do ruído?...
Parece que o céu enviou sinais, mas nós estávamos distraídos pelo bulício das vozes dos outros, pela agitação das folhas nas árvores que, durante muito tempo, impediram a voz de dentro de se fazer ouvir, a voz dos pássaros enviados pelo destino, enviados para nos darem um sinal. E o sinal esteve sempre lá, os sinais foram enviados, mas o ruído, o ruído…
Sim, lembro-me do ruído. Lembro-me do som sem sentido, lembro-me do que não importa… Já não me lembro como eras… Mas estás diferente… E não me lembro disso ter alguma importância… A tua essência continua a mesma, aquela que eu reconhecerei na próxima vida, aquela que entenderei finalmente, aquela para quem sorrirei logo no primeiro encontro porque os sinais, porque a mensagem, porque tudo estará no seu lugar…
Parece que então, na próxima vida é que te vou reencontrar a valer, será esse o momento, será então que todo o universo irá conspirar para que seja concretizado o desígnio que sentimos no passado dentro de nós mas não entendemos então, que nos tocou levemente a existência mas na realidade era todo um furacão que passava para que só mais tarde, muito mais tarde sentíssemos os seus danos…
Tudo teve o seu tempo… Tudo passou já, já sabes disso. Nada de lágrimas, nada de apertos por dentro… Não é agora o momento… Passou o momento, passou a hora. Ficou tudo resolvido, não foi? Este não é o momento, também…
Parece que não é o momento, porque o momento é feito pelo que está dentro, pelo doce palpitar do ininteligível, do incompreensível, do absurdo sentir que nada se compreende mas que vale a pena, porque é assim, porque é assim…
Porque já não ouço o ruído, porque já leio a mensagem no pó da terra, porque já escuto a voz dos pássaros à sua passagem na minha janela… Porque eu, enfim, já te li sem te ver, porque já conheço a tua essência de olhos fechados, porque não dei voz ao tempo, não o ouvi dizer que passou o momento, porque lembrei que as cores com que pintámos o nosso sorriso podem ser as cores que quisermos, por tudo isso é que olho da minha varanda o entardecer deste dia e nada ouço, a não ser o som límpido do bater do meu coração em uníssono com o mundo à minha volta…
“há coisas que perdi pelo caminho e que já não me lembro
acho que me poderás ajudar a encontrar”