quarta-feira, setembro 02, 2009

Despedida




Ele desceu a mão pelas suas costas, suavemente enlaçou-a com os braços e olhou-a bem dentro da vida que ela trazia no olhar, parou os olhos no fundo dos dela e disse-lhe “Vou ter de ir, agora”…
Ela respirava desordenadamente, fechou os olhos para ele não ver a água que lhe iluminava o olhar, que a impediam de o ver nitidamente. E o respirar, o respirar desordenado que lhe alvoraçava o peito como um carrossel, como uma montanha russa por dentro. Abriu os olhos e deixou as lágrimas soltarem-se livremente e descerem pelo rosto até ao queixo, depois até ao peito e depois até ao coração de onde haviam saído… E então baixou os braços, soltou-se dos dele e afastou-se daquele ponto no espaço irreal da sua existência, afastou-se sem olhar para trás…

“Lay down your arms
Give up the fight”

2 comentários:

Beatriz disse...

É sempre difícil dizer adeus...
Beijinhos grandes!:)

Trickster Soul disse...

... nesse mesmo momento perdido algures no tempo "ele" sentiu uma energia a vibrar pelo corpo. Essa energia tinha uma assinatura e por momentos a imagem projectada na sua consciência foi cristalina. Voltou a correr para o espaço irreal, mas "ela" já lá não estava. Ficou no entanto uma certeza: as suas linhas de comboio iriam cruzar-se de novo (na próxima paragem de preferência suspirava "ele"). E não haverão lágrimas.