sábado, novembro 01, 2008

Pensamentos... Ou várias formas de amor...


(autor desconhecido)


" Também de meu amor precisas para ser feliz, desse amor de impurezas, errado e torto, devasso e ardente, que te faz sofrer."

Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos



"Por vida desse amor mágico que desafiava o poder da morte, conhecíamos todo o passado habitado pela espera do nosso encontro, trocávamos recordações dos lugares onde nunca estivéramos, emoções dos corpos que já não éramos, (...)"

Álvaro Guerra, No Jardim das Paixões Extintas



"Minh'alma de sonhar-te anda perdida

Meus olhos andam cegos de te ver!

Não és sequer a razão do meu viver,

Pois que tu és já toda a minha vida!"

Florbela Espanca, Poesia Completa

4 comentários:

Anónimo disse...

Com o passar dos anos comecei a gostar de verduras, comecei a apreciar o sabor de um vinho tinto maduro, comecei até a compreender decisões dos pais que jurei nunca compreender...e a custo percebo já alguma poesia.

Deixo um pequeno contributo. Poderosa 3 estrofe...

"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
Mas a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é a platéia
A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."

Anónimo disse...

:) Um dos maiores e mais belos poemas que conheço, sem dúvida! Foi-me dado a conhecer por uma das mais belas almas existentes neste mundo e que tenho o privilégio de conhecer e ter na minha vida! Para sempre, ainda que distante (por vezes!)...

Porque a poesia é tudo isto! Porque a vida é, assim também, para sempre um poema!

Claudia disse...

E porque sempre me apaixono pelas frases seleccionadas pelos meus inspirados poetas de carne e osso...maravilhei-me a ler estes "Pensamentos" e respectivos comentários!! LINDOS.

Anónimo disse...

Gosto particularmente de Florbela Espanca.
Não conhecia o poema que o anónimo deixou mas devo confessar que é lindo.
Beijinhos,